
Olá, apaixonados por relógios!
Hoje vamos explorar um dos aspectos mais fascinantes e muitas vezes mal compreendidos da relojoaria mecânica: os rubis nos movimentos. Aquelas pequenas pedras vermelhas escondidas no coração do seu relógio têm uma função muito mais importante do que apenas decorativa — e entender seu papel pode mudar completamente sua visão sobre o que faz um bom movimento.
Rubis: Os Guardiões Silenciosos da Precisão
Quando um relógio anuncia “21 rubis” ou “36 jewels“, não está apenas exibindo um número para impressionar. Cada uma dessas pequenas pedras vermelhas trabalha como um rolamento microscópico, reduzindo drasticamente o atrito entre as peças metálicas do movimento. Sem esses rubis, as partes móveis do seu relógio sofreriam desgaste acelerado, causando imprecisão e, eventualmente, falha completa do mecanismo. Eles são os guardiões silenciosos que permitem que seu relógio mecânico funcione por décadas — ou até mesmo séculos — com a manutenção adequada.

Qualidade vs. Quantidade: O Grande Mito
Um dos maiores equívocos na relojoaria é acreditar que “quanto mais rubis, melhor o relógio“. A verdade é mais complexa: um movimento básico de três ponteiros precisa de aproximadamente 17 rubis para funcionar adequadamente — qualquer número abaixo disso pode comprometer a durabilidade. Movimentos com complicações como cronógrafos, calendários perpétuos ou turbilhões naturalmente exigem mais rubis para suportar seus mecanismos adicionais. Porém, alguns fabricantes historicamente inflacionaram esses números como estratégia de marketing, adicionando pedras em locais onde não eram tecnicamente necessárias.
O Posicionamento é Tudo
O verdadeiro valor não está na quantidade, mas no posicionamento estratégico de cada rubi. As pedras devem estar nos pontos de maior atrito e pressão: no escapamento, no trem de engrenagens e nos pivôs do volante. Um movimento bem projetado coloca rubis exatamente onde são necessários — nem mais, nem menos. É por isso que um calibre com 21 rubis bem posicionados pode superar em qualidade e longevidade um movimento com 30 ou mais pedras mal distribuídas.

Curiosidades que Poucos Conhecem
Sabia que os “rubis” modernos são sintéticos? Desde os anos 1900, a indústria utiliza safira sintética (óxido de alumínio) com coloração vermelha, garantindo propriedades idênticas às pedras naturais, mas com maior consistência e menor custo. Outra curiosidade: além de reduzir o atrito, os rubis também ajudam a conservar o óleo lubrificante por mais tempo, graças à sua superfície extremamente lisa e não porosa. Isso significa intervalos mais longos entre manutenções e maior estabilidade na precisão do seu relógio.
O que seu relógio está realmente dizendo?
Da próxima vez que admirar seu relógio mecânico, lembre-se que aquelas pequenas pedras vermelhas escondidas são muito mais que números em um catálogo — são componentes essenciais de engenharia que permitem que essa maravilha da mecânica funcione com precisão. Na Watch Time, nossa equipe técnica compreende profundamente o papel de cada rubi no movimento do seu relógio, garantindo que, durante a manutenção, cada um desses guardiões da precisão receba a atenção que merece.
Até a próxima edição,